Demonstração de fluxo de caixa: o que é, para que serve e como fazer

por | 21 de outubro, 2024

Sabe como fazer a demonstração de fluxo de caixa (DFC) da sua empresa?

Apesar de não ser obrigatória para todas as pessoas jurídicas, trata-se de uma ferramenta importante para a gestão empresarial.

Ao longo deste artigo, você vai descobrir o que é a demonstração de fluxo de caixa, como fazer e quais informações analisar.

Siga a leitura!

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O que é demonstração de fluxo de caixa (DFC)?

Demonstração de fluxo de caixa é um relatório consolidado das entradas e saídas de recursos do caixa da empresa em determinado período, evidenciando a origem e a aplicação por categoria, bem como o saldo financeiro final.

Faz parte do conjunto de demonstrações contábeis usadas para diversos fins, como a demonstração de resultado de exercício (DRE) e balanço patrimonial (BP).

Apesar do termo “caixa”, vale ressaltar que o relatório abrange também os equivalentes de caixa, como os depósitos à vista e investimentos de alta liquidez, aqueles conversíveis em dinheiro no curto prazo.

Ao demonstrar as variações do caixa (e dos equivalentes de caixa) de uma empresa em determinado período, portanto, a DFC considera:

As entradas:

  • Receita de vendas
  • Contratação de empréstimos (aumento das obrigações com terceiros)
  • Receita proveniente de alienação (venda) de ativos.

E as saídas:

  • Pagamento de fornecedores
  • Diminuição de obrigações (como a amortização de dívidas)
  • Distribuição de dividendos, etc.

Todas as entradas e saídas capturadas pela demonstração de fluxo de caixa são categorizadas em três grupos, a saber:

  1. Atividades operacionais, como a venda de mercadorias e serviços ou o pagamento de fornecedores 
  2. Atividades de investimento, como aquisição e venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa
  3. Atividades de financiamento, como aquelas que resultam em mudanças na composição do capital próprio e de terceiros (recebimento/pagamento de juros sobre empréstimos, por exemplo).

Qual é a importância da demonstração de fluxo de caixa?

A demonstração do fluxo de caixa, quando usada em conjunto com outras demonstrações contábeis, oferece informações valiosas sobre a performance do negócio.

Trata-se de uma importante fonte de dados a ser usada como base para a tomada de decisões, tanto no nível estratégico quanto tático e operacional.

Entre os principais objetivos da demonstração de fluxo de caixa, podemos citar:

  • Mensuração da geração de caixa das atividades operacionais, de financiamentos ou de investimentos
  • Avaliação dos níveis de liquidez da empresa frente aos compromissos assumidos, sobretudo de curto prazo
  • Garantias de que as sobras de caixa estão sendo aplicadas corretamente, de forma a garantir o poder de compra da empresa no decorrer do tempo
  • Avaliação de alternativas de investimento, tanto no mercado financeiro quanto na expansão ou na melhoria dos negócios
  • Comparação do fluxo de contas a pagar com o de contas a receber, a fim de verificar se o ciclo operacional e financeiro está bem ajustado.

Como fazer a demonstração de fluxo de caixa?

Você pode fazer a demonstração de fluxo de caixa de duas maneiras: pelo método direto, que usa os dados da escrituração contábil, ou pelo método indireto, que usa a evidenciação do lucro líquido e seus ajustes.

A estrutura do método direto, mais aderente à realidade das empresas, é a seguinte:

Atividades operacionais

  • (+) Entradas de caixa
  • (-) Saídas de caixa
  • (=) Caixa gerado pelas operações.

Atividades de investimento

  • (+) Entradas de caixa
  • (-) Saídas de caixa
  • (=) Caixa gerado pelos investimentos.

Atividades de financiamento

  • (+) Entradas de caixa
  • (-) Saídas de caixa
  • (=) Caixa gerado pelos financiamentos.

Variação do caixa disponível

  • Saldo inicial 
  • Movimentação
  • Saldo final.

Exemplo de demonstração e fluxo de caixa

Vamos então a um exemplo de como fazer a demonstração de fluxo de caixa pelo método direto, conforme o esquema demonstrado acima.

Os valores fictícios usados a título de exemplificação na planilha abaixo, em uma situação real, devem ser retirados das contas contábeis da empresa.

Atividades operacionais

 

(+) Receita de vendas

R$ 50.000,00

(-) Pagamento de fornecedores

(R$ 25.000,00)

(=) Caixa gerado pelas operações

R$ 25.000,00

Atividades de investimento

 

(+) Venda de ativos imobilizados

R$ 72.000,00

(-) Aquisição de ativos imobilizados

(R$ 50.000,00)

(=) Caixa gerado pelos investimentos

R$ 22.000,00

Atividades de financiamento

 

(+) Recebimento de juros

R$ 100,00

(-) Amortização de dívida

(R$ 20.000,00)

(=) Caixa gerado pelos financiamentos

(R$ 19.900,00)

Variação do caixa disponível

 

Saldo inicial 

R$ 0,00

Movimentação

R$ 27.100,00

Saldo final

R$ 27.100,00

Note que a movimentação é a soma dos resultados do caixa gerado por cada uma das atividades: operacionais (R$ 25.000,00), de investimento (R$ 22.000,00) e de financiamento (- R$19.900,00).

Quando fazer a demonstração de fluxo de caixa?

A elaboração da demonstração de fluxo de caixa (DFC) depende basicamente de dois fatores principais: obrigatoriedade legal e necessidade gerencial.

Vamos entender melhor cada um deles?

Obrigatoriedade legal

No Brasil, a Lei n.º 11.638/2007 estabelece que empresas de capital aberto, aquelas com ações negociadas na bolsa de valores, devem publicar a DFC trimestralmente.

O objetivo é garantir a transparência junto ao público-investidor, que pode ser acionistas brasileiros e estrangeiros (pessoas físicas ou jurídicas). 

Para as empresas de capital fechado, como as LTDAs, a lei determina que a DFC precisa ser elaborada e apresentada aos órgãos de controle apenas nos casos em que o patrimônio líquido for superior a R$ 2 milhões.

Necessidade gerencial

Para empresas que não se enquadram nas exigências da legislação, a DFC é opcional, embora seja altamente recomendada como uma ferramenta estratégica de gestão.

Afinal, trata-se de um relatório que fornece dados confiáveis sobre o fluxo de caixa.

Isso permite que o empreendedor tome decisões embasadas sobre diferentes aspectos do negócio, como investimentos, financiamento, precificação e alocação de recursos.

A periodicidade da elaboração da DFC, nas situações de não-obrigatoriedade, também fica a critério da gestão, podendo variar conforme a necessidade de cada empresa

Dependendo do porte e da complexidade das operações, pode ser mensal ou trimestralmente.

Como analisar uma demonstração de fluxo de caixa?

A análise da demonstração de fluxo de caixa (DFC) pode ser feita de diferentes maneiras, dependendo dos objetivos específicos da gestão e/ou dos investidores.

A seguir, confira algumas abordagens práticas sobre como analisar os dados: 

1. Avaliação da geração de caixa operacional

Um dos principais focos ao analisar a DFC é verificar se a geração de caixa das atividades operacionais está alinhada com as expectativas da empresa.

Caso as entradas de dinheiro provenientes das operações estejam abaixo do esperado, pode ser necessário revisar a estratégia de precificação ou reduzir custos operacionais.

Se a empresa estiver, por exemplo, vendendo menos do que o previsto, o fluxo de caixa operacional negativo pode indicar a necessidade de ajustes em vendas ou marketing.

2. Análise das atividades de financiamento

Outro aspecto importante é a análise das atividades de financiamento, que ajuda a entender a capacidade da empresa de contrair dívidas sem comprometer o caixa disponível. 

Um fluxo de caixa de financiamento negativo, devido ao pagamento de dívidas ou juros, pode ser aceitável, desde que o caixa gerado pelas operações compense essas saídas. 

Caso contrário, pode indicar que a empresa não tem margem para novos empréstimos, sob risco de comprometer o capital de giro.

3. Comparação entre períodos

Uma maneira eficaz de identificar tendências é comparar demonstrações de diferentes períodos. 

Você pode fazer esse comparativo, por exemplo, com a ajuda de gráficos e outras informações visuais que facilitam a interpretação.

Um dashboard financeiro cumpre perfeitamente o papel.

Ao observar a evolução do fluxo de caixa ao longo dos meses ou trimestres, é possível identificar tendências de crescimento, queda ou estabilidade.

Se o fluxo de caixa estiver caindo de forma consistente, pode ser um sinal de problemas operacionais ou de gestão financeira.

4. Monitoramento do ciclo financeiro

A DFC também permite analisar a relação entre contas a pagar e a receber, o que é fundamental para avaliar a eficiência do ciclo financeiro da empresa.

Se o prazo para pagar fornecedores for menor do que o prazo para receber dos clientes, a empresa pode enfrentar problemas de liquidez — e precisar de alternativas de curto prazo para cobrir as obrigações.

Análises como essas fornecem uma visão abrangente da saúde financeira da organização, permitindo que o gestor tome decisões assertivas e faça planos bem estruturados para o futuro.

Como a contabilidade online pode ajudar?

A demonstração de fluxo de caixa, como vimos, consiste em um importante relatório, não apenas para uso do administrador, mas de outros stakeholders, como investidores e credores.

Em conjunto com outras demonstrações contábeis, retrata a saúde financeira da empresa e seu desempenho ao longo do tempo.

O objetivo é manter sob controle a gestão contábil e financeira do negócio, fator preponderante para o crescimento sustentável.

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