Sabe como fazer a demonstração de fluxo de caixa (DFC) da sua empresa?
Apesar de não ser obrigatória para todas as pessoas jurídicas, trata-se de uma ferramenta importante para a gestão empresarial.
Ao longo deste artigo, você vai descobrir o que é a demonstração de fluxo de caixa, como fazer e quais informações analisar.
Siga a leitura!
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- 1 O que é demonstração de fluxo de caixa (DFC)?
- 2 Qual é a importância da demonstração de fluxo de caixa?
- 3 Como fazer a demonstração de fluxo de caixa?
- 4 Exemplo de demonstração e fluxo de caixa
- 5 Quando fazer a demonstração de fluxo de caixa?
- 6 Como analisar uma demonstração de fluxo de caixa?
- 7 Como a contabilidade online pode ajudar?
O que é demonstração de fluxo de caixa (DFC)?
Demonstração de fluxo de caixa é um relatório consolidado das entradas e saídas de recursos do caixa da empresa em determinado período, evidenciando a origem e a aplicação por categoria, bem como o saldo financeiro final.
Faz parte do conjunto de demonstrações contábeis usadas para diversos fins, como a demonstração de resultado de exercício (DRE) e balanço patrimonial (BP).
Apesar do termo “caixa”, vale ressaltar que o relatório abrange também os equivalentes de caixa, como os depósitos à vista e investimentos de alta liquidez, aqueles conversíveis em dinheiro no curto prazo.
Ao demonstrar as variações do caixa (e dos equivalentes de caixa) de uma empresa em determinado período, portanto, a DFC considera:
As entradas:
- Receita de vendas
- Contratação de empréstimos (aumento das obrigações com terceiros)
- Receita proveniente de alienação (venda) de ativos.
E as saídas:
- Pagamento de fornecedores
- Diminuição de obrigações (como a amortização de dívidas)
- Distribuição de dividendos, etc.
Todas as entradas e saídas capturadas pela demonstração de fluxo de caixa são categorizadas em três grupos, a saber:
- Atividades operacionais, como a venda de mercadorias e serviços ou o pagamento de fornecedores
- Atividades de investimento, como aquisição e venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa
- Atividades de financiamento, como aquelas que resultam em mudanças na composição do capital próprio e de terceiros (recebimento/pagamento de juros sobre empréstimos, por exemplo).
Qual é a importância da demonstração de fluxo de caixa?
A demonstração do fluxo de caixa, quando usada em conjunto com outras demonstrações contábeis, oferece informações valiosas sobre a performance do negócio.
Trata-se de uma importante fonte de dados a ser usada como base para a tomada de decisões, tanto no nível estratégico quanto tático e operacional.
Entre os principais objetivos da demonstração de fluxo de caixa, podemos citar:
- Mensuração da geração de caixa das atividades operacionais, de financiamentos ou de investimentos
- Avaliação dos níveis de liquidez da empresa frente aos compromissos assumidos, sobretudo de curto prazo
- Garantias de que as sobras de caixa estão sendo aplicadas corretamente, de forma a garantir o poder de compra da empresa no decorrer do tempo
- Avaliação de alternativas de investimento, tanto no mercado financeiro quanto na expansão ou na melhoria dos negócios
- Comparação do fluxo de contas a pagar com o de contas a receber, a fim de verificar se o ciclo operacional e financeiro está bem ajustado.
Como fazer a demonstração de fluxo de caixa?
Você pode fazer a demonstração de fluxo de caixa de duas maneiras: pelo método direto, que usa os dados da escrituração contábil, ou pelo método indireto, que usa a evidenciação do lucro líquido e seus ajustes.
A estrutura do método direto, mais aderente à realidade das empresas, é a seguinte:
Atividades operacionais
- (+) Entradas de caixa
- (-) Saídas de caixa
- (=) Caixa gerado pelas operações.
Atividades de investimento
- (+) Entradas de caixa
- (-) Saídas de caixa
- (=) Caixa gerado pelos investimentos.
Atividades de financiamento
- (+) Entradas de caixa
- (-) Saídas de caixa
- (=) Caixa gerado pelos financiamentos.
Variação do caixa disponível
- Saldo inicial
- Movimentação
- Saldo final.
Exemplo de demonstração e fluxo de caixa
Vamos então a um exemplo de como fazer a demonstração de fluxo de caixa pelo método direto, conforme o esquema demonstrado acima.
Os valores fictícios usados a título de exemplificação na planilha abaixo, em uma situação real, devem ser retirados das contas contábeis da empresa.
Atividades operacionais |
|
(+) Receita de vendas | R$ 50.000,00 |
(-) Pagamento de fornecedores | (R$ 25.000,00) |
(=) Caixa gerado pelas operações | R$ 25.000,00 |
Atividades de investimento |
|
(+) Venda de ativos imobilizados | R$ 72.000,00 |
(-) Aquisição de ativos imobilizados | (R$ 50.000,00) |
(=) Caixa gerado pelos investimentos | R$ 22.000,00 |
Atividades de financiamento |
|
(+) Recebimento de juros | R$ 100,00 |
(-) Amortização de dívida | (R$ 20.000,00) |
(=) Caixa gerado pelos financiamentos | (R$ 19.900,00) |
Variação do caixa disponível |
|
Saldo inicial | R$ 0,00 |
Movimentação | R$ 27.100,00 |
Saldo final | R$ 27.100,00 |
Note que a movimentação é a soma dos resultados do caixa gerado por cada uma das atividades: operacionais (R$ 25.000,00), de investimento (R$ 22.000,00) e de financiamento (- R$19.900,00).
Quando fazer a demonstração de fluxo de caixa?
A elaboração da demonstração de fluxo de caixa (DFC) depende basicamente de dois fatores principais: obrigatoriedade legal e necessidade gerencial.
Vamos entender melhor cada um deles?
Obrigatoriedade legal
No Brasil, a Lei n.º 11.638/2007 estabelece que empresas de capital aberto, aquelas com ações negociadas na bolsa de valores, devem publicar a DFC trimestralmente.
O objetivo é garantir a transparência junto ao público-investidor, que pode ser acionistas brasileiros e estrangeiros (pessoas físicas ou jurídicas).
Para as empresas de capital fechado, como as LTDAs, a lei determina que a DFC precisa ser elaborada e apresentada aos órgãos de controle apenas nos casos em que o patrimônio líquido for superior a R$ 2 milhões.
Necessidade gerencial
Para empresas que não se enquadram nas exigências da legislação, a DFC é opcional, embora seja altamente recomendada como uma ferramenta estratégica de gestão.
Afinal, trata-se de um relatório que fornece dados confiáveis sobre o fluxo de caixa.
Isso permite que o empreendedor tome decisões embasadas sobre diferentes aspectos do negócio, como investimentos, financiamento, precificação e alocação de recursos.
A periodicidade da elaboração da DFC, nas situações de não-obrigatoriedade, também fica a critério da gestão, podendo variar conforme a necessidade de cada empresa.
Dependendo do porte e da complexidade das operações, pode ser mensal ou trimestralmente.
Como analisar uma demonstração de fluxo de caixa?
A análise da demonstração de fluxo de caixa (DFC) pode ser feita de diferentes maneiras, dependendo dos objetivos específicos da gestão e/ou dos investidores.
A seguir, confira algumas abordagens práticas sobre como analisar os dados:
1. Avaliação da geração de caixa operacional
Um dos principais focos ao analisar a DFC é verificar se a geração de caixa das atividades operacionais está alinhada com as expectativas da empresa.
Caso as entradas de dinheiro provenientes das operações estejam abaixo do esperado, pode ser necessário revisar a estratégia de precificação ou reduzir custos operacionais.
Se a empresa estiver, por exemplo, vendendo menos do que o previsto, o fluxo de caixa operacional negativo pode indicar a necessidade de ajustes em vendas ou marketing.
2. Análise das atividades de financiamento
Outro aspecto importante é a análise das atividades de financiamento, que ajuda a entender a capacidade da empresa de contrair dívidas sem comprometer o caixa disponível.
Um fluxo de caixa de financiamento negativo, devido ao pagamento de dívidas ou juros, pode ser aceitável, desde que o caixa gerado pelas operações compense essas saídas.
Caso contrário, pode indicar que a empresa não tem margem para novos empréstimos, sob risco de comprometer o capital de giro.
3. Comparação entre períodos
Uma maneira eficaz de identificar tendências é comparar demonstrações de diferentes períodos.
Você pode fazer esse comparativo, por exemplo, com a ajuda de gráficos e outras informações visuais que facilitam a interpretação.
Um dashboard financeiro cumpre perfeitamente o papel.
Ao observar a evolução do fluxo de caixa ao longo dos meses ou trimestres, é possível identificar tendências de crescimento, queda ou estabilidade.
Se o fluxo de caixa estiver caindo de forma consistente, pode ser um sinal de problemas operacionais ou de gestão financeira.
4. Monitoramento do ciclo financeiro
A DFC também permite analisar a relação entre contas a pagar e a receber, o que é fundamental para avaliar a eficiência do ciclo financeiro da empresa.
Se o prazo para pagar fornecedores for menor do que o prazo para receber dos clientes, a empresa pode enfrentar problemas de liquidez — e precisar de alternativas de curto prazo para cobrir as obrigações.
Análises como essas fornecem uma visão abrangente da saúde financeira da organização, permitindo que o gestor tome decisões assertivas e faça planos bem estruturados para o futuro.
Como a contabilidade online pode ajudar?
A demonstração de fluxo de caixa, como vimos, consiste em um importante relatório, não apenas para uso do administrador, mas de outros stakeholders, como investidores e credores.
Em conjunto com outras demonstrações contábeis, retrata a saúde financeira da empresa e seu desempenho ao longo do tempo.
O objetivo é manter sob controle a gestão contábil e financeira do negócio, fator preponderante para o crescimento sustentável.
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